quarta-feira, 21 de julho de 2010

O PODER DO ELOGIO

É lamentável constatar que no mundo de hoje existem pessoas dispostas a criticar tudo e a todos. Parece que estão constantemente insatisfeitas e, por essa razão, tudo as desagrada. Agem como se a correnteza estivesse sempre contra elas; que todos são inimigos e fazem tudo errado. É bem certo que nem tudo sai conforme desejamos ou planejamos, mas perder o controle, murmurar ou criticar o próximo é, no mínimo, indelicado. O fato é que, atualmente, muito se critica e pouco se sabe acerca dos efeitos devastadores dessa atitude sobre as pessoas. Uma recente pesquisa, realizada por renomados terapeutas, apontou uma triste realidade que acomete as famílias brasileiras: o afeto, a valorização e o diálogo deram lugar à crítica. As pessoas estão cada vez mais intolerantes e se desgastam valorizando os defeitos dos outros. Por isso, os relacionamentos de hoje não duram. São insatisfatórios e têm poucas perspectivas. E pior: a ausência de elogio na família acaba se estendendo as demais esferas de relacionamento - afetivo, social e profissional - tornando as pessoas propensas a sentimentos de inadequação, incapacidade e rejeição. Esse fator conduz a uma busca freqüente por novos parceiros, amigos ou empresas onde chefes e colegas de trabalho possam fazê-las sentir-se melhor. É inconcebível, mas não vou me ater na análise da crítica e sim, àquilo que deve sempre se contrapor a ela: o elogio. Primeiramente, precisamos saber o que é o elogio, pois existe muita distorção acerca de sua definição e finalidade. Elogio é o ato de enaltecer uma atitude ou virtude de alguém. É louvar suas qualidades e méritos manifestos através de um comportamento adequado a determinada situação. Muitos são os seus benefícios e suas vantagens suplantam e muito a idéia de motivação. Um elogio feito na hora certa e da forma correta tem um poder verdadeiramente transformador. Ele funciona como uma poderosa fonte de encorajamento, inspiração e motivação, elevando a disposição e a autoconfiança de quem o recebe. Quando elogiamos aumentamos o afeto e transmitimos prazer e admiração pela pessoa, por seu comportamento ou atitudes louváveis. Líderes de sucesso não hesitam em lançar mão desse recurso tão eficaz. Utilizam o elogio como um meio de reconhecimento capaz de gerar incentivo, satisfação e comprometimento com as atividades e objetivos. Entretanto, o elogio não pode ser frívolo ou leviano, do contrário, será pura lisonja. Precisa ser sincero e específico, destacando todos os méritos envolvidos. Seu efeito é potencializado se proferido diante da equipe.
Portanto, comece já a valorizar sua família: elogie seu cônjuge e filhos. Aproveite e elogie também seus pais, irmãos e amigos. Empresários e gerentes: elogiem o bom profissional, a boa atitude, a ética, a eficiência de seus subordinados, parceiros e fornecedores. Não se trata de simples bajulação. Para elogiar, perceba o que as pessoas gostam. É simples. Todo bom profissional gosta de ser reconhecido, assim como os filhos, o marido ou a esposa, os amigos, enfim, todos gostam de ser elogiados. Mais do que isso, todos tem o seu valor e precisam ser reconhecidos. Os elogios são o refrigério e a motivação na vida de qualquer pessoa. Portanto, evite criticar, mas se for necessário, seja doce, respeitoso, oportuno e sempre construtivo. Construa seus relacionamentos sobre o firme fundamento da graça e do amor. Seja uma fonte geradora de ânimo e vida. Elogie sempre.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

JUSTIFICATIVA OU EVASIVA - A MELHOR ESCOLHA

Atualmente, no convívio diário com as pessoas, constato com muita freqüência o mau hábito do ser humano de justificar suas falhas. Um comportamento que acomete, indistintamente, pessoas de todas as classes sociais, faixas etárias, raças e credos, permeando as diferentes esferas do relacionamento interpessoal. Sua incidência é recorrente em ambientes como empresas, associações ou entidades diversas, onde coexistam pessoas e atividades. É fomentada pelo nível de competitividade existente hoje no mundo, que exige de nós - enquanto pessoas ou profissionais - um nível de desempenho altamente eficaz e, por que não dizer, infalível. Este fator eleva a pressão e a cobrança sobre o indivíduo tornando-o propenso a “mascarar” sua falha através de um argumento evasivo. Justificativas à parte, configura-se aí, a famosa “desculpa”. É como se, culturalmente, tivéssemos institucionalizado o uso de “técnicas evasivas” ou a aplicação de “teorias da justificação”. A despeito do método utilizado, trata-se de um expediente cuja incidência se intensifica em situações onde um erro produz leve ou intenso constrangimento em quem o comete. Independentemente dos desdobramentos ou conseqüências, quero me aprofundar na análise deste comportamento.
É consenso entre nós, o fato de termos virtudes e deficiências, habilidades e limitações, campos de maior ou menor conhecimento, assim como, áreas de melhor ou pior desempenho. Mais do que isso, consideramos “pré-histórico” o ditado que diz: “errar é humano”. Por que, então, “inventamos desculpas” quando falhamos? A resposta, em princípio, como já citei, reside na vergonha ou constrangimento a que somos submetidos diante de uma falha. Um segundo fator é a tensão emocional gerada pela possibilidade de exposição de uma deficiência, o que leva o indivíduo a esquivar-se da situação através da justificativa. Entretanto, é bem possível que a origem desse comportamento esteja submersa numa raiz profunda situada na base de nosso caráter e forjada desde o início da formação de nossa personalidade. As crianças, desde pequenas, desenvolvem em si mecanismos internos de defesa que tem, a priori, o objetivo único de minimizar a tensão e o desconforto emocional gerados pela censura ou correção. Na percepção da criança, ambas produzem como resultado um sentimento de rejeição do qual tenta se livrar. Como não consegue, busca formas de evitá-lo ou minimizá-lo através do uso de subterfúgios - leia-se mentiras - que, uma vez estabelecidos, produzirão uma distorção no caráter que se estenderá até a idade madura, manifestando-se na forma de desculpa. De certa forma, podemos considerar esta dinâmica como um processo inerente ao nosso crescimento, pois é parte da estultícia humana. O que não podemos é nos conformar com isso. Há sérias implicações decorrentes desse comportamento que precisamos refletir e considerar:
1. Insensatez: quando justificamos estamos tentando convencer os outros e a nós mesmos de que não erramos.
2. Desonestidade: ao justificarmos, é possível que estejamos mentindo e enganando as pessoas;
3. Injustiça: a justificativa pode fazer recair sobre outro uma responsabilidade que não lhe pertence;
4. Estagnação: a justificativa nos impede de reconhecer uma dificuldade que precisa ser superada;
5. Enfermidade: assim como outros pecados não extirpados por permanecerem ocultos, a justificativa também gera conseqüências para a saúde.
6. Imaturidade: a justificativa pode representar um vício sedimentado na alma que impede o crescimento e precisa ser eliminado;
7. Medo: a justificativa reflete a falta de coragem para assumir as conseqüências - o que, em muitos casos, é necessário para produzir mudança;
8. Omissão: justificar significa, na maioria das vezes, esquivar-se da própria culpa e perder a oportunidade de refletir sobre o problema e superá-lo. Quando justificamos, nos safamos da situação, mas mantemos o problema em nós.
9. Soberba: a justificativa nos impede de desenvolver a humildade - virtude imprescindível ao reconhecimento de nossa natureza humana imperfeita.
Posto isso, é importante que, primeiramente, reflitamos com profundidade e sinceridade, para depois, decididamente nos posicionarmos diante da melhor escolha.
Meu desejo é que seu coração se encha de temor e se incline sempre em favor da verdade. Esta é a melhor escolha.